Eu adoro olhar para fora

Sempre tive hábitos simples, quase sempre baratos e fáceis de serem executados... nunca pensei em ter o hábito de fazer trilhas de moto ou pular de pára-quedas, prefiro fazer bons cafés e fotografar o que vejo ao redor.

A fotografia se tornou um meio de tangibilizar algumas imagens que ficam gravadas nas minhas memórias, nem sempre são imagens impressionantes como a de cima, mas imagens que geram algum sentimento, lembrança ou reflexão.

Pensando um pouco mais sobre essa produção visual cheguei bem perto da minha motivação raiz, eu aprecio os momentos de olhar pra fora, perceber o que está ao redor, dar alguma importância a momentos que quase sempre passam sem chamar atenção e que guardam detalhes e curiosidades únicas.

Em 2020, pelas longas horas em casa, eu pesquisei diversos modelos de câmera e ferramentas para produzir imagens melhores... mas a essência dos meus hábitos é a simplicidade e a facilidade de execução (sem deixar a qualidade de lado), por isso comecei a ler e assistir diversos conteúdos sobre como tirar boas fotos do celular e editá-las nele mesmo.

Um dispositivo só que consegue cobrir uma série de demandas diárias e, agora, cobre também um novo hábito. Mas não é sobre produtos e softwares que quero falar, é sobre olhar pra fora.

Depois de um ano e quatro meses (até agora) passando 80% do meu tempo em casa, sem contato físico com as pessoas que conheço, ter momentos para olhar pra fora, buscar memórias além do que está dentro das paredes do aparamento, além da avalanche de informações ruins que nos sufocam todos os dias e até além das incontáveis reuniões.

Por isso, o hábito de registrar imagens e refletir sobre elas é só o que vemos, olhar pra fora na verdade é saber que nossa relação com os espaços mudou, nossas percepções sobre os ambientes, o comportamento das pessoas e o fluxo das coisas.

Nessa minha visão curiosa, a rua se tornou uma oportunidade de descobertas constantes e, por mais simples que sejam, elas merecem um espaço na nossa memória.